Primeiro livro de Criminologia Verde é publicado no Brasil
Editora Tirant lo Blanch publica o livro “Introdução à criminologia verde: perspectivas críticas, decoloniais e do Sul“, que possui como coordenadores Marília de Nardin Budó, David Rodriguez Goyes, Lorenzo Natali, Ragnhild Sollund e Avi Brisman. A obra é pioneira no Brasil no que tange à criminologia verde, e surge em um contexto propício – de crise climática, catástrofes ambientais, negacionismo científico e desmonte dos órgãos responsáveis pela fiscalização ambiental.
Enraizada na criminologia crítica, a criminologia verde se volta à atuação dos poderosos, que comumente causam danos estratosféricos aos animais humanos e não humanos, à biosfera e aos ecossistemas, mas permanecem imunes ao sistema de justiça e frequentemente têm suas condutas tidas como legais, ao invés de criminosas.
A partir disso, esse campo procura responder a algumas perguntas simples: por que e como as leis são elaboradas e violadas? O que pode ser feito a respeito? Por que algumas condutas são criminalizadas e outras não, mesmo quando estas últimas são exponencialmente mais danosas ao meio ambiente como um todo?
Todas essas questões são discutidas no referido livro a partir da perspectiva do Sul Global, que permite que se coloque no centro da análise o papel do racismo, do antropocentrismo, do androcentrismo e do especismo na hierarquização dos corpos que serão mais atingidos pelos danos causados pelas grandes corporações.